FUNÇÃO CONATIVA
Para quem: receptor quando a mensagem está orientada para o destinatário,
trata-se aí da função conativa. Palavra de origem latina conatum, que
significa tentar influenciar alguém através de um esforço. Também chamada
de apelativa, numa ação verbal do emissor de se fazer notara pelo destinatário,
seja através de uma ordem, exortação, chamamento ou invocação, saudação
ou súplica. Diálogo - forma mais comum de conação A persuasão da mensagem
Ex.: propaganda - mensagem que visam essencialmente atingir o receptor.
A sedução da mensagem Seduzir o leitor, possuindo-o na própria mensagem,
em forma de convite direto - essa é a arte fascinante de Machado em Memória
póstumas de Quincas Borbas - Brás Cubas. Trocar de título para chamar
a atenção, seduzindo os receptores (alunos da sala).
FUNÇÃO FÁTICA
Onde: canal mensagem: - contato, no suporte físico no canal. O objetivo
desse tipo de mensagem é testar o canal, é prolongar, terromper ou reafirmar
a comunicação, não no sentido de, efetivamente, informar significados
São repetições ritualizadas, quase ruídos, balbucios, gagueiras, cacoetes
de comunicação (mesmo gestuais), fórmulas vazias, convenções sociais,
de superfície, testando, assim, própria comunicação. Diz Jakobson: pg.
28 do livro Ele apresenta um exemplo curioso de faticidade - quando o
mais importante não pode ser dito, diz-se algo que substituir, por nada
dizer, o que poderia ser dito. O exemplo, já antológico, refere-se a um
encontro de namorados: pg. 29 do livro O Canal da arte O emissor, ao codificar
signos que serão o instrumento de seu trabalho, faz no suporte físico
- o canal - tendo em vista que a mensagem, assim organizada, será recebida
e decodificada pelo receptor. Dessa forma, estão estruturados os elementos
mínimos de um processo comunicacional, onde emissor, mensagem, receptor,
canal referente compõe um conjunto - uma linguagem. A arte de vanguarda,
num de seus momentos, considerou a folha branca como o lugar-espaço para
produzir significação, chamando a atenção do leitor a dar estatuto ao
canal que sempre fora tão automatizado e que, neste limite, passeia entre
a metalinguagem e a informaarmé, neste limite, imprime em Un coup de dés
uma espécie de ideografia da arte - um livro de /-----------páginas soltas,
a ordem do receptor reoperando na montagem a estrutura de uma partitura
musical no cuidado e seleção dos tipos gráficos e na sintaxe desconstruida.
Mallarmé, simbolista francês, radicaliza o meio - o livro - e a página
ganha outra dimensão, na medida em que se desautomatiza o uso. Silêncio
da página branca, rodeado de silêncio. Pg - 31 6 -
FUNÇÃO POÉTICA
Como: mensagem Atualizações discursivas da linguagem é a sua configuração
poética, quando o fator predominante é a mensagem. A realidade pg.. 32
Na poesia o fundamental é... a poesia pg - 34 pg. - 35 Selecionar e combinar
os elementos da mensagem efetivamente utilizados sà equivalentes aos elementos
do paradiga potencialmente utilizáveis. Há uma espécie de coincidência
entre o que foi escolhido do paradigma e o que foi justaposto no sintagma.
Conforme nos diz Jakobson, ao definir a função poética: A função poética
projeta o princípio de equivalência do eixo de seleção no eixo de combinação.
Paradigma sintagma pg - 37 Estranhamente O admirável espanto provocado
pelo bem-dizer a natureza poética é o que os formalistas russos chamaram
de ostrânienie, "estranhamento": um tempo de olhar para o poema, percorrendo-lhe
as significações plurais e impossíveis, o tempo perceptivo da leitura
do receptor pg - 38 eu / quando olho nos olhos / sei quando uma pessoa
/está por dentro ou está por fora / quem está por fora / não segura um
olhar que demora / de dectro do meu centro / este poema me olha. (Paulo
leminski, Caprichos & Relaxos) Há um pedido e uma sedução neste poema:
aquele "eu" solitário no verso demanda um olhar mais demorado para ele.
Que expectativa amoros e emotiva contém esse eu lírico, que diz saber
do dentro e do fora de outros olhares? Parece que vai descrever-se emotivamente,
quando - estranhamente - de dentro do centro do poema, vira do avesso,
fura o espelho lírico da emoção e pede uma atenção mais persistente ao
espelho poético: este poema me olhaEquivalência sonoro-gráfica do POEMA
que ME O(LH)a em figura-espelho das letras; equivalência semântica criada
pela similaridade sonora de dentro do centro, sedução-pedido de entrar
no texto, a equivalência da leitura do leitor, olhando, em movimento análago
da visão, demorando o olhar rítmico no ritmo deslocado do poema. A função
poética, fundamenta a essência da poesia, aponta um poema como poema,
atrav'es dos mecanismos de similaridade: - Que são as rimas senão eco
do ritmo? - Que são anagramas senão figuras gráfico-sonoras viajando pelo
tecido textual? - Que são metáforas senão sentidos até então impossíveis
de serem sentido? - Que são aliterações senão insistência do significante?
[...] desse nó de nós / a / poesia / sister incestuosa / prima pura impura
/ em que / siamesmos / uni- / somos / outro (Haroldo de Campos, "Je est
un autre ad augustum", em Educação dos cinco sentidos) ver página 40 +
SOLIDÃO pg 41
A POÉTICA DO INCONSCIENTE
Desde a psicanális de Sigmund Freud, especialmente nas obras Interpretação
dos sonhos (1900), Psicopatologia da vida cotidiana(1901), Os chistes
e sua relação com o inconsciente (1905), o incosciente fala ("o inconsciente
freudiano é a soma dos efeitos da palavra num sujeito") isto é, é estruturado
como uma linguagem"(LACAN) e o tom de sua fal é poético. Se como diz Freud,
o sonho é a via régia (real) para o inconsciente, a possibilidade de olhar
a palavra que escapa da nossa intenção como palavra poética, indica-nos
semelhanças há entre o escape do inconsciente, atos falhos, chistes, sonhos,
lapsos e a expressão estética. Dissemos que há palavras que escapam da
nossa intenção: tropeçamos em algum termo, trocamos por outro esquecemos
, produzimos ambiguidade no receptor quando enunciamos um termo plurissignificativo
- portanto, inúmeros são os níveis do dsicurso em que a intenção escapa
quando escapam "equívocos" O inconsciente atua E submetidos e assujeitados
a essa fala que logra fazer aparecer uma linguagem escondida, insuspeitada,
ignorada, dizemos mais, dizemos menos- revelando-se aí o desejo que mesmo
interdito no seu ocultamento, evidencia o sujeito diante do seu dito.
O CHISTE pg 43
FAMILIONÁRIO O SONHO
São determinantes da semiose onírica os processos de condensação e deslocamento,
conforme indica Freud na Interpretação dos sonhos (1900). No quador da
cultura e com o advento das ciências da linguagem, Lacan pôde ler tais
mecanismos - através do Jakobson da poética - como metáfora e metonímia,
aplicando esse conceitos para o campo da psicanálise Para Freud o sonho
é o texto do sonho e o acesso decifrador ao inconsciente. Ao relato do
sonho fica atenta a escuta do analista, e o crítico atento fica diante
do dito poético posturas similares, a do crítico e a do analista: ambos
diante do enigma a ser decifrado. A ação sígnioca do sonho não obedece
a padrões lineares - uma vez que a noção de tempo contexto desloca-se
da referencialidade cognitiva, carregando desta os resíduos impressivos,
recortando molduras encenadas. A fragmentação, o deslocamento corespondem
ao sintagma, ao corte diacrônico, à metonímia; a condensação, a identificação
correspondem ao paradigma. Ao corte sincronico, à metáfora e à substituição.
O trabalho poético hieroglifado(hierogrifado), tal como o texto do sonho,
está sob a pele das palavras, anagramadas, alogicamente analógicas, palavras
sob/entre ecos de palavras: Sonhei com o mar, sonhei com Omar Que o analista
diante do texto do sonho é como o crítico perplexo dos descaminhos surpresos
do texto poético: "E deu-se a entrada dos demônios", quis Gguimarães Rosa,
permitindo uma escuta do real: "Deus e a entrada dos Demônios". Que a
errância mostra a fissura do sujeito desdobrado e reduplicado na pérola
do eu inacessível, lembrado, especularizado: Se recordo quem fui outrem
me vejo Que as palavras se esfregam libidinosamente, contaminadas do desejo
sempre deslocado e perdido: [...] nessas minhas mais pequenas chamadas
de ninharias como veremos verbenas açucares açucenas ou circunstâncias
somenas tudo isso eu sei não conta tudo isso desaponta não sei mas ouça
como canta louve como conta prove como dança e não peça que eu te guie
não peça despeça que eu te guie desguie que eu te peça promessa que eu
te fie me deixe me esqueça me largue me desamargue que no fim eu acerto
que no fim eu conserto e para o fim me reservo e se verá que estou certo
e se verá que tem jeito e se verá que está fieto que pelo torto fiz direito
[…] (Haroldo de Campos)
7 - FUNÇÃO METALINGÜÍSTICA
Com o quê: código Conceito de código abrange noçòes de lingüística, da
teoria, da informação, da teoria da comunicação: é um sistema de símbolos
com significação fixada, convencional, para representar e transmitir a
organização dos seus sinais na mensagem, circulando pelo canal entre a
emissão e a recepção. Uma língua é um código, os sinais de trânsito também:
a língua pressupõe o desenvolvimento - historia entre o individual e o
social - ambos interagindo para transforma,ão do código língua. No código
estão os elementos que serão manipulados para a formação da mensagem:
é de acordo com a sintaxe que o emissor organiza os signos. Uma mensagem
denível metalingüístico implica que a seleção operada no código combine
elementos que retornem ao próprio código.É necessário observar que o termo
código sai do seu território lingüístico e assume, conotaçòes mais amplas
- aliada à noçòes de linguagem.EX.: A pintura é um código, linguagem que
desvenda liberdade infinita de combinatórias, numa relação repertório
e uso do código. A história da pintura mostra como diversificados mateirias
entram na composiçào de seu paradigma, de seu código: cada novo quadro
incorpora técnica, invenção surpresa, originalidade, ampliando as possibilidades
de seleção/combinação do código pictórico. Cada quadro é, um modelo de
linguagem pictórica.Os sistemas de sinais implicam linguagem, saber a
naturaza dos signos que a compõem - o que significa possuir repertório
para operar com o código e produzir informações originais. Ou, o contrário
- quando o emissor usuário desconhece o material à disposição, produz
mensagens de baixo teor informativo. Mensagens de perfil metalingüístico
operam, com o código e o presentificam na mensagem Poesia uma forma especial
de mensagem pg 49/50 cont A moda é metalingüística PARADIGMA = peças modelares;
seria blusa, sapato, saia, calça, camia, chapéu, vestido, chale, meia
casao o que compõe o quarda roupa SINTAGMA = é a reunião de peças escolhidas
, combinatória no suporte corpo de quem veste: aquela calça com aquela
camisa, com aquele blazer, com aquela meia, com aquelel sapato, A roupa,
enquanto sistema de sinal, compõe uma mensagem Chega !!!! FUNÇÃO REFERENCIAL
O quê: referente FUNÇÃO EMOTIVA Quem: emissor FUNÇÃO CONTAIVA Para quem:
receptor FUNÇÃO FÁTICA Onde: canal FUNÇÃO POÉTICA COMO: mensagem FUNÇÃO
METALINGÜÍSTICA Com o quê: código
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