As escolas gregas não podiam chegar nunca à solução do seu problema da possibilidade prática do sumo bem; é que elas faziam sempre da regra do uso, que a vontade do homem faz de sua liberdade, o único e por si só suficiente fundamento dessa possibilidade seja necessitar para isso , seguindo a sua opinião, da existência de Deus. Em verdade, tinham razão ao fixar o princípio da moral, independentemente deste postulado, por si mesmo na relação da razão em si mesma com a vontade e, por conseguinte, ao torná-lo condição superior prática do sumo bem; mas nem por isso era a condição completa possibilidade do mesmo. Pois bem: os epicúreos acentuaram, na verdade como superior um princípio da moralidade inteiramente falso, isto é, o da felicidade e propuseram a máxima escolha arbitraria, cada qual segundo as suas inclinações, em lugar de uma lei; mas agiram com bastante conseqüência, apesar de tudo, rebaixando o seu sumo bem em proporção à exiguidade de seu princípio, não esperando nenhuma felicidade maior do que a que se possa adquirir pela prudência humana(à qual pertencem também a moderação e a contingência nas inclinações), felicidade que, como se sabe, deve ser vastamente apoucada e bem diferente, segundo as circunstâncias sem contar as exceções que tinham de permitir incessantemente em suas máximas e que as tornaram impróprias para as leis os estóicos, por outro lado tinham escolhido muito vem o seu principio superior prático a saber, a virtude, como condição do sumo bem; mas o representar o grau de virtude exigível para a lei pura do sumo bem como complemente realizável nesta vida, não só tinham estendido a faculdade moral do homem, sob o nome de sábio depara além dos limites de sua natureza e admitido algo que contradiz todo o conhecimento humano como, também, haviam deixado o segundo elemento pertencente ao sumo bem, isto é. a felicidade. sem, querer dar-lhe o valor de um objeto particular da facultada humana de desejar seu sábio, como uma divindade na consciência de sua pessoa, tornaram-no eles complemente independente da natureza (no que concerne ao seu contento), expondo-o mas não o submetendo aos males da vida (ao mesmo tempo que também o representavam como livre do mal;), abandonando assim os segundo elemento do sumo bem, a própria felicidade, colocando-a só na atividade e no contendo com o valor pessoal incluindo-a portanto na consciência do modo de pensar moral, no qual todavia, poderiam ser eles suficientemente refutados pela voz de sua própria natureza.

(KANT - CRÍTICA DA RAZÃO PRATICA)

 

CONSIDERANDO A MORAL CRISTÃ SOB O PONTO DE VISTA FILOSÓFICO, SURGIRIA, AO COMPARAR COM AS IDÉIAS DAS ESCOLA GREGA O SEGUINTE:

As idéias dos cínicos, dos epicúreos, dos estóicos e dos cristão são: a simplicidade natural, a prudência, a sabedoria e a santidade. Em relação ao caminho para alcançá-las, distinguiam-se uns dos outros os filósofos gregos, sendo que os cínicos consideravam suficiente para isso o entendimento comum humano, os outros só o caminho da ciência; ambos portanto, só o uso das forças naturais. A moral cristã aos estabelecer o seu preceito (como tem ele que ser), tão puro e falho de indulgência, retira do homem a confiança, pelo menos aqui na vida, de ser complemente adequado a ele; estabelece-o todavia, de forma que se agirmos tão bem como esta em nossa faculdade, podemos esperar que o que não estiverem nossa faculdade, dessa forma, chegar-nos-á de outra parte, saibamos ou não o modo. Aristoteles e Platão assim se distinguiam; só em consideração à origem de nossos conceitos morais, fazemos abstração de tudo o que depende psicologicamente deste - "Enquanto observamos empiricamente esta nossa faculdade no seu exercício, (por exemplo que o entendimento do homem é discursivo, sendo por conseguinte, os suas representação pensamento e não intuições. Que estas representações ocorrem no tempo, que sua vontade tem sempre a sua satisfação, dependente da existência, de seu objetivo, de fato esse que não ocorrem desse modo no ser supremo)"